início do conteúdo

IFMT celebra o Dia do Meio Ambiente com pesquisas sustentáveis

Publicado por: Reitoria / 5 de Junho de 2025 às 10:42

Estudos sobre o trigo tropical e soluções para o controle de plantas daninhas oferecem soluções práticas para a preservação ambiental

Há pouco mais de um ano, em abril de 2024, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima decretou estado de emergência ambiental em Mato Grosso, destacando a necessidade de atenção à questão ambiental no estado. Nesta quinta-feira (05/06), Dia Mundial do Meio Ambiente, o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) destaca pesquisas publicadas em suas revistas científicas que contribuem para a compreensão e preservação do meio ambiente.

O decreto de emergência ambiental teve como foco a prevenção e o combate aos incêndios florestais, motivado pelas altas temperaturas registradas no estado. Em agosto de 2024, Mato Grosso apresentou o maior número de focos de incêndio do país pelo quinto mês consecutivo, segundo levantamento do BDQueimadas.

Nesse contexto, a pesquisa científica desempenha um papel essencial na construção de soluções sustentáveis. Entre os trabalhos publicados, destaca-se o estudo conduzido pelo Prof. Dr. Victor Arlindo, publicado na Revista RECiTA do IFMT Campus São Vicente, em dezembro de 2024.

Temperatura e desenvolvimento do trigo no Cerrado

Na publicação intitulada “Efeito da temperatura no desenvolvimento do trigo no Cerrado”, o Prof. Dr. Victor Arlindo, recentemente eleito diretor-geral do IFMT Campus Campo Verde, uniu-se ao engenheiro agrônomo Leonardo Alecrim — egresso do IFMT — e aos Professores Doutores José Júnior (UFMT) e Thiago Duarte (UFR).

O objetivo do trabalho foi analisar as temperaturas limitantes ao desenvolvimento do trigo no Cerrado, uma vez que, atualmente, a maior parte das informações disponíveis diz respeito a cultivares adaptadas ao clima temperado, com base em regiões com temperaturas mais amenas. Entretanto, essas referências podem não ser adequadas para o ambiente tropical, com temperaturas mais elevadas.

O estudo foi conduzido no município de Campo Verde – MT, mas, segundo o professor, a metodologia pode ser aplicada em diferentes localidades e culturas agrícolas — plantas cultivadas para uso humano ou animal —, auxiliando produtores a preverem estágios específicos de desenvolvimento das plantas com base apenas na temperatura do ar, que varia de acordo com a época do ano.

“Esse é um experimento que deveria ser replicado para outras culturas, principalmente as que não estejam estabelecidas na região Sudeste, como o gergelim e o girassol, por exemplo, pois poderia ajudar os produtores a preverem uma etapa de desenvolvimento dessas culturas, levando em consideração apenas a temperatura do ar”, destaca.

Embora o foco tenha sido o trigo, a metodologia adotada mostra-se uma ferramenta eficaz na previsão de práticas de cultivo, podendo beneficiar diversas culturas. “As plantas, diferente dos seres humanos, não levam em consideração o tempo cronológico, o que torna esse tipo de estudo algo importante para a agricultura”, complementa o professor.

O trabalho recebeu apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), que concedeu uma bolsa de iniciação científica a um dos membros da equipe.

Controle inteligente de plantas daninhas

Outro destaque entre as pesquisas do IFMT foi publicado na edição de janeiro de 2025 da Revista PesquisAgro, editada pelo Campus Confresa. A pesquisa, intitulada “Uso de papelão e herbicidas no controle de plantas daninhas na cultura da mandioca”, propôs uma alternativa sustentável ao uso de defensivos químicos e às capinas manuais, especialmente para o pequeno produtor.

O estudo foi conduzido por Wallas Moreira, egresso do curso de Agronomia do IFMT, em parceria com os Professores Doutores José Sant’ana (IFMT – Campus Sorriso) e Danilo dos Anjos (IFMT – Campus Confresa). A proposta consistia em utilizar papelão como cobertura do solo, bloqueando a entrada de luz e, consequentemente, inibindo o crescimento de plantas daninhas.

Apesar de um contratempo técnico, forçando a antecipação da colheita, os resultados obtidos foram promissores. “Acredito que a pesquisa desenvolvida deva ser repetida para ser aperfeiçoada e futuramente recomendada. Tenho plena consciência que o produtor, sabendo de sua eficiência, utilizará sem preconceitos”, afirma o Prof. Dr. Danilo dos Anjos.

A pesquisa aponta que, na cultura da mandioca, o principal custo de produção está relacionado ao controle de plantas daninhas. Dessa forma, o método proposto contribui não só com a preservação ambiental, como também reduz o esforço físico dos produtores e os custos de produção. “O uso do papelão foi melhor que o controle químico e tão eficiente quanto as capinas rotineiras”, reforça o professor.

Os dados obtidos indicam que tanto a cobertura simples quanto a dupla de papelão foram eficazes no controle das plantas indesejadas, reafirmando o potencial da técnica como aliada da agricultura sustentável.

Investimentos em sustentabilidade no radar do IFMT

Embora o Dia Mundial do Meio Ambiente seja representado por uma data específica, o IFMT mantém um compromisso constante com a sustentabilidade. Um dos marcos recentes nessa direção foi o anúncio do investimento de R$ 20 milhões no Centro de Inovação, Pesquisa e Extensão Ambiental do Pantanal (Eco Pantanal), localizado em Poconé.

O Eco Pantanal contará com laboratórios voltados à biodiversidade do bioma, instalações para estudos com biodigestores, casa de vegetação, estufas, salas transdisciplinares e um laboratório de energias renováveis. A proposta é oferecer estrutura de ponta para o desenvolvimento de soluções ambientais e formação voltada à geração de renda sustentável.

“O principal objetivo é promover pesquisa, extensão e interação com a comunidade pantaneira, aliando conhecimento aplicado para solucionar problemas ambientais do Pantanal. Esperamos continuar contando com o apoio da bancada federal, que sempre tem nos ajudado”, afirmou o reitor do IFMT, Julio César dos Santos, na ocasião.

A iniciativa, somada ao fortalecimento de periódicos, como as revistas RECiTA e PesquisAgro, reafirma o compromisso do IFMT com a promoção da ciência e da preservação ambiental em diferentes escalas. A preservação do meio ambiente é uma tarefa coletiva, e a educação de qualidade é um dos pilares fundamentais para alcançá-la.

Leia também: Eco Pantanal - parceria entre IFMT e bancada federal impulsiona desenvolvimento em Poconé

Texto: Andrey Bonfim - Estagiário de Jornalismo
Revisão: Rafaela Souza - Jornalista

início do rodapé

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - Campus Diamantino

Rodovia Roberto Campos - Novo Diamantino, None - CEP: 78400-000

Telefone: (65) 99807 1834

Diamantino/MT