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Percepções sobre Empreendedorismo dos professores integrantes da Missão na UBI

Publicado por: Reitoria / 1 de Novembro de 2024 às 19:39

Docentes participantes da Missão a Portugal, realizada no período de 21 a 25 de outubro, acompanharam a imersão empreendedora dos alunos na Universidade da Beira Interior - UBI e compartilham, na entrevista abaixo, suas impressões dessa experiência internacional.

Professor e coordenador do grupo BioSol, Leandro Dias, considera que a Missão foi determinante para a consolidar um trabalho vitorioso e de grande significado para o campus e a região de Diamantino. “E os estudantes, trataram essa oportunidade com muita responsabilidade e entrega, aprendendo, vivenciando e conhecendo tudo o que foi possível”, afirmou.

Já Fabrício Fernandes, professor do campus Sorriso, acompanhou dois alunos desenvolvedores de um mico-herbicida com a finalidade de controle biológico. Sobre o produto, ele destaca “o potencial para se tornar uma solução inovadora e de grande relevância para o setor agrícola, oferecendo uma alternativa sustentável e eficaz para o manejo de plantas daninhas”.

Como é o empreendedorismo desenvolvido pela UBI?

Leandro: As maneiras de empreendedorismo desenvolvidas na UBI se valem de estratégias inovadoras e caminhos aliados com a ciência e percepção de necessidades e possibilidades locais. A UBI investe e incuba projetos que, em comum, partiram de uma ideia inédita para o contexto e surgiram a partir de carências reais, e são fundamentadas em pesquisas científicas e experimentações. Mais proeminentemente, vimos as iniciativas empreendedoras voltadas para o âmbito da saúde e sustentabilidade, apresentadas na UBIMedical, uma delas residia no estudo da aplicabilidade da melatonina extraída das cerejas produzidas na região da Beira Interior. Outra fundamentava-se na elaboração de um medicamento acessível e eficaz para o tratamento de Parkinson.

 

Fabrício: Sobre o empreendedorismo desenvolvido na UBI Medical, é possível observar que o ambiente da incubadora é composto por empresas independentes de financiamento direto da instituição, o que ressalta a autonomia das mesmas em relação à captação de recursos e desenvolvimento de seus projetos. A UBI incentiva a autonomia das startups, oferecendo suporte inicial, mas permitindo que as empresas busquem suas próprias fontes de financiamento. Existem distintos tipos de empresas inseridas neste espaço, atuando em diversas frentes, que vão desde o desenvolvimento de programas e softwares até a segurança de qualidade e realização de testes iniciais de fármacos. Essa diversidade reflete um ambiente dinâmico e abrangente, preparado para apoiar empreendedores em diversas áreas de inovação e tecnologia.

 

Poderia citar algumas características observadas naquela região que possam ser replicadas para enriquecer os trabalhos institucionais envolvendo empreendedorismo aqui no IFMT?

Leandro: Um dos aspectos mais relevantes dentro do escopo de boas práticas empreendedoras da UBI é o reconhecimento da validade de união entre pesquisa acadêmica e público ocular. A universidade entende a importância das descobertas em ciência e tecnologia e as emprega em parceria com a criação de empresas que prestam serviços ou produtos, não promovendo uma cisão entre a academia e o mercado, todavia, reconhecendo uma via de associação entre eles que promove sucesso empreendedor. Esse caminho é replicável em diversos contextos, em especial no IFMT, considerando a existência e fomento de projetos de pesquisa, bem como, a incubação de negócios.

 

Fabrício: Um ponto relevante é a diversificação das áreas de atuação das empresas incubadas, que vão desde tecnologia da informação até biotecnologia e saúde. Essa variedade estimula um ambiente de troca de conhecimento entre setores distintos, que poderia ser replicado no IFMT para ampliar a interdisciplinaridade nos projetos institucionais. Esse modelo de incubação pode ser uma boa prática para inspirar uma estrutura semelhante no IFMT, promovendo o desenvolvimento sustentável de empresas inovadoras e conectadas ao mercado.

 

Como foram as atividades práticas durante a Missão?

Leandro: As atividades práticas envolveram aperfeiçoamento de técnicas requeridas para a confecção de um plano de negócios, além da estruturação e apresentação de um pitch com as ideias. Ademais, tiveram caráter intelectualmente enriquecedor, na medida em que os laboratórios de pesquisa e a incubadora de negócios da UBI foram também apresentados aos estudantes e professores presentes. Além disso, no curso de Modelos de Negócios, aplicamos os conhecimentos teóricos adquiridos em atividades práticas direcionadas à estruturação de projetos com foco no mercado. Essas atividades foram essenciais para o desenvolvimento de competências voltadas ao empreendedorismo, uma vez que estimularam a aplicação prática de conceitos de negócio, com vistas a transformar ideias em soluções viáveis.

 

Fabrício: As atividades práticas foram desenvolvidas por meio de visitas técnicas a laboratórios especializados, tanto na Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da UBI quanto na incubadora UBI Medical. Essas visitas possibilitaram uma visão geral das infraestruturas, tecnologias e metodologias aplicadas em diferentes setores da UBI, proporcionando uma melhor compreensão das práticas e pesquisas desenvolvidas.

 

Quais desdobramentos podem vir para o projeto e para o campus do IFMT? 

Leandro: Um dos desdobramentos mais fundamentais é o surgimento de novas percepções para o projeto. A partir das orientações e debates são observadas uma série de novas possibilidades que não discordam das ideias pré-existentes. Acerca da BioSol, se continuada, poderá estudar a validade do uso conjunto de novos compostos orgânicos naquele já levantado (Menthol), visando atingir mais clientes e cobrir suas necessidades de maneira integral.

 

Os alunos relataram algo marcante que tenham vivenciado? E de que maneira a missão contribuiu para aprimorar o projeto, ou para desenvolver algo novo?

Leandro: Em uma das atividades, fomos incumbidos de realizar um Canvas Business Model, o qual já tínhamos efetivado no Curso Avançado de Empreendedorismo. Incluímos as sugestões dos colegas da missão e dos professores da UBI. Com isso, tivemos novas perspectivas acerca do nosso projeto, ampliando a visão que tínhamos sobre nosso funcionamento empresarial e buscando atingir novos mercados, por exemplo, com a elaboração de novas embalagens dos nossos produtos com outras concentrações para diversos outros usos. Além disso, delineamos mais claramente nossos parceiros e atividades chave.

 

Fabrício: Lembro de um momento marcante em que eles demonstraram grande admiração, especialmente durante a visita à UBI Medical. Nesse momento, perceberam que os trabalhos ali desenvolvidos vão além do âmbito acadêmico, sendo fortemente direcionados para a introdução de soluções no mercado. Além disso, ficaram surpreendidos com a qualidade das instalações e dos equipamentos dos laboratórios, que refletem o alto padrão da infraestrutura disponível para inovação e empreendedorismo. Após a apresentação do projeto e a mentoria recebida dos professores da UBI, juntamente com a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos no curso, o projeto demonstrou um significativo potencial para desenvolvimento de um produto e patente. Trata-se da formulação de um mico-herbicida, ainda indisponível no mercado, com a finalidade de controle biológico. Este produto tem potencial para se tornar uma solução inovadora e de grande relevância para o setor agrícola, oferecendo uma alternativa sustentável e eficaz para o manejo de plantas daninhas, o que fortalece sua importância e utilidade em escala ampliada.

 

 

 

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